Never back down

Esse texto não é sobre como vencer barreiras, dar a volta por cima, não é uma receita para encontrar a felicidade ou o sucesso, tão pouco para ensinar como trazer o seu amor em sete dias. Esse texto trata de como uma adversidade pode mostrar quem o espelho omite, quem você tem o potencial de se tornar mas nem sempre desenvolve-se, nem sempre procura atrás do espelho.

Comecei a encarar as adversidades desde cedo – assim como muitas pessoas, mais do que você imagina, ou poderia imaginar se não dedicasse tanto tempo a ignorar os outros – e aprendo a cada vez que a vida me derruba.

Nunca é tranqüilo, nunca é fácil. Sempre que uma porta se fecha vem o choque, o desamparo e então o “super-homem” parece abandonar seu ego e você se resume a um amontoado qualquer de carbono, matéria apenas, sem nada muito especial que o diferencie daqueles que te rodeiam. Na hora a pancada dói, te fragiliza e não importa se você mede um metro ou dois, você cai. Depois da queda você se sente desorientado, como se tivesse levado uma pancada forte na cabeça e deseja apenas um lugar seguro para se recompor. O tempo para que você olhe ao redor e se dê conta de que ter pena de si mesmo é tão útil quanto sentir pena alheia. Então você toma outro balde d’água gelada que te acorda e você levanta.

Geralmente é assim, como cair de bicicleta, mas às vezes parece que você caiu de cima de um elefante.

Quando tinha meus 16 anos, Jeferson, um amigo que sempre esteve ao meu lado, me disse que eu no fundo eu era um leão e que deveria me orgulhar disso. Que a vida não me reservaria nada além do que eu posso suportar. Mas o caminho é duro, nunca foi fácil. Acostume-se.

Jeferson não é um grande filósofo, não é um magistrado, mas é um grande sábio, conhece os caminhos que a vida nos reserva, os que podemos tomar como atalho e os que não tem como evitar.

Quando nos ferimos, geralmente nossa cicatrização aflora um tecido mais forte, “calejado”. É assim quando somos surpreendidos pelas adversidades, é assim que me fortaleço.

Nada que você não saiba, mas isso tudo você esquece quando está no chão, caído. A gente esquece que pode sim levantar, esquece que a força a gente tem, não pode nos faltar vontade, coragem.

Não é fácil, nunca foi e nem vai ser, mas se não fosse assim eu seria um cordeirinho e não um leão.