quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quem faz a sua cabeça é "você"

O Brasil parece estar mesmo disposto a deixar de ser um país pautado pela hipocrisia imposta por poucos elitistas para, ao menos, dialogar sobre questões até então tratadas como tabu.

Revista Época, edição de 16 de fevereiro de 2009


A legalização/descriminalização da maconha é pauta em diversos países, seja em discussões para o seu uso com fins medicinais ou para uso próprio. No Brasil o assunto começa a ser levado a sério e caminha para discussões sensatas sobre as atuais políticas públicas e anti-drogas que não funcionam. Caminha não, “marcha”.

Marcha da Maconha


A Marcha da Maconha é um movimento de manifestação que conta com o apoio de diversos políticos e gente de influência que são a favor da descriminalização do uso da planta. A marcha aconteceu em diversos lugares do mundo e no Brasil tomou grande proporção no último dia 9, quando reuniu cerca de 1,2 mil pessoas em passeata na praia de Ipanema -RJ, incluindo o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Carlos Minc na Marcha da Maconha


O Ministro teve que dar explicação à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, na qual o deputado Laerte Bessa (PMDB-DF) o acusou de fazer apologia às drogas ilícitas. Minc rebateu com a seguinte afirmação:

“Eu e várias outras pessoas mais representativas do que eu – seis ministros de
Estado, o governador [do Rio de Janeiro] Sérgio Cabral, o ex-presidente Fernando
Henrique, o Obama [Barack Obama, presidente dos Estados Unidos] – consideramos a atual política de drogas ineficaz. Uma política eficaz teria que ser baseada, no
caso dos consumidores, muito mais na informação, na prevenção, no tratamento
como caso de saúde pública, e não entupindo-se as prisões com usuários”.



Educação e saúde ao invés da repressão


Em fevereiro a reunião de três ex-presidentes – César Gaviria (Colômbia), Ernesto Zedillo (México) e o brasileiro Fernando Henrique Cardoso mobilizou a mídia. Entre outras personalidades independentes, a tríade compõe a Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. Através do relatório “Drogas e Democracia”, a comissão apresentou argumentos que contestam a eficiência das atuais políticas de repressão ao narcotráfico e sugerem focar em políticas de saúde e educação e não apenas na repressãocomo forma de combater a violência do tráfico de drogas.

Capa da revista The Economist de Março de 2009


Um passo muito importante já foi dado: Colocar o assunto em pauta e discutir de forma aberta e democrática.

4 Fala que eu te escuto:

Fernanda Doniani disse...

será que, democraticamente falando, o assunto está realmente em pauta?

gostei, Tiagão. vou voltar!

*Livia* disse...

Pois é, a legalização esbarra no obstáculo comum a qualquer assunto que queira ser discutido de verdade no Brasil: as políticas públicas. Não dá pra fazer isso sem mexer em algumas estruturas ainda falhas no nosso País como Saúde e Educação.
Mas eu acredito que é posível, sim!

Bjos

Tiago Lira disse...

Valeu Fe, seja bem vinda.
O fato do tema ser tratado com seriedade e não como apenas "coisa de vagabundo" já é um avanço. Agora é exercer a paciência.

Pois é, Livia, só o fato de pessoas do alto escalão se derem conta de que o assunto deve ser ao menos discutido com seriedade pode ser considerado como uma vitória. Acho que podemos comemorar cada avanço da democracia, motivando assim as reformas necessárias.

Tenham fé, meninas, tenham fé!

Roberto Kamarad disse...

Faço das palavras da Lívia as minhas. O Brasil não está preparado para a legalização. Mas, se realmente quisessem, a erva poderia ser descriminada e seu uso controlado.

Essa questão evolve muita coisa grande. A Souza Cruz quem o diga... Eles só estão esperando a hora chegar.

Abraços, Irmão!

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