O cenário remete à Megalópole que predomina diante das diferentes vestes transeuntes nas calçadas cortadas por vias inundadas de carroças super-modernas, super-poluentes e super-inúteis nos congestionamentos.
A circunstância é propícia para uma terça-feira pós-labuta ao pôr-do-sol entre nuvens e a poluição que acinzenta a terra da garoa.
Calçadas com mesas e cadeiras ao estilo boulevard ilustram o cenário que poderia ser descrito como uma savana enconcretada, com sua fauna em pleno abunde e em época de acasalamento.
Na mesa à frente, um casal cotidiano do urbano capitalista previsto por Marx. Ela parece ser a recepcionista do escritório onde ele trabalha. A cerimônia conceitual embutida nas mensagens deixa claro que ainda não possuem muita intimidade. O respeito de quem conhece o próximo apenas nas oito horas diárias de trabalho.
Chegam discretos, sem alarde ou cumprimentos aos colegas da mesa ao lado. Querem passar despercebidos, como manda o figurino, mas no fundo sabem que todos os espreitam. Ele puxa a cadeira dela, para que se sente, o gesto cavalheiro aponta o desfecho do encontro e o desejo intrínseco nos gestos seguintes, travestidos em gentileza.
Durante a conversa, ela, sob condição de fêmea dominada, se deixa conduzir como num baile de cisnes. A intimidade se mostra adiante, além das quatro garrafas de cerveja que estão por vir.
Ele, enquanto macho dominante, como nos documentários da vida selvagem, apresentados na TV a cabo, demonstra ter o total controle da situação. A juba do rei da savana é representada pela vestimenta impecável que ele ajusta no colarinho a cada cinco minutos, antes de afastar a poeira do sapato a tapas.
Conforme o nível de álcool no sangue aumenta, as formalidades vão dando lugar a gargalhadas e sutis toques corporais.
O ritual caminha frutífero. Ao sentir a confiança que sua as mãos e a testa, o macho se aproxima sorrateiramente da orelha da fêmea enquanto mantém contato visual ininterrupto. Mãos nos cabelos dela, peito estufado para encorajá-la a bailar suavemente rumo ao abate, ao bote do predador que estuda sua vítima através dos gestos, trejeitos.
A fêmea recua, se dá conta de que as rédeas da situação estão em suas mãos e o consentimento é o desfecho para a satisfação do desejo carnal do macho que duela até o fim, sem demonstrar cansaço. O ritual segue aparentemente imprevisível, mas é inerente aos dois o desfecho dessa negociação implícita.
O rugido do rei dá lugar a respiração forte e o sorriso sem graça, a sobrevivência da espécie depende de uma iniciativa mais bem sucedida, não que ele queira reproduzir – isso está fora de seus planos derradeiros. O macho então se submete ao poder da fêmea, como o louva-deus que se deixa seduzir pela fêmea que ao final o devora.
Neste caso, de certo o macho não se importaria de ser devorado pela jovem fêmea faminta.
Outra aproximação , mais decidida, mais segura. O conteúdo nunca saberemos, mas de certo arrematou a fêmea que sorri o sorriso de Monalisa, misterioso, sedutor. Como se o tempo tivesse parado naquele instante um beijo é lançado e logo arrematado pela fêmea que saboreia a vitória no lábios de sua vítima.
Goooool, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo. A “porta da esperança” foi destrancada e está entreaberta, esperança de conduzir os beijos ao ápice do corpo-a-corpo, a fusão dos seres, a cumplicidade no seu estado mais sublime, ou apenas uma “trepadinha” casual visível na mão boba que insiste em apalpar o que os olhos já conhecem palmo a palmo...
A circunstância é propícia para uma terça-feira pós-labuta ao pôr-do-sol entre nuvens e a poluição que acinzenta a terra da garoa.
Calçadas com mesas e cadeiras ao estilo boulevard ilustram o cenário que poderia ser descrito como uma savana enconcretada, com sua fauna em pleno abunde e em época de acasalamento.
Na mesa à frente, um casal cotidiano do urbano capitalista previsto por Marx. Ela parece ser a recepcionista do escritório onde ele trabalha. A cerimônia conceitual embutida nas mensagens deixa claro que ainda não possuem muita intimidade. O respeito de quem conhece o próximo apenas nas oito horas diárias de trabalho.
Chegam discretos, sem alarde ou cumprimentos aos colegas da mesa ao lado. Querem passar despercebidos, como manda o figurino, mas no fundo sabem que todos os espreitam. Ele puxa a cadeira dela, para que se sente, o gesto cavalheiro aponta o desfecho do encontro e o desejo intrínseco nos gestos seguintes, travestidos em gentileza.
Durante a conversa, ela, sob condição de fêmea dominada, se deixa conduzir como num baile de cisnes. A intimidade se mostra adiante, além das quatro garrafas de cerveja que estão por vir.
Ele, enquanto macho dominante, como nos documentários da vida selvagem, apresentados na TV a cabo, demonstra ter o total controle da situação. A juba do rei da savana é representada pela vestimenta impecável que ele ajusta no colarinho a cada cinco minutos, antes de afastar a poeira do sapato a tapas.
Conforme o nível de álcool no sangue aumenta, as formalidades vão dando lugar a gargalhadas e sutis toques corporais.
O ritual caminha frutífero. Ao sentir a confiança que sua as mãos e a testa, o macho se aproxima sorrateiramente da orelha da fêmea enquanto mantém contato visual ininterrupto. Mãos nos cabelos dela, peito estufado para encorajá-la a bailar suavemente rumo ao abate, ao bote do predador que estuda sua vítima através dos gestos, trejeitos.
A fêmea recua, se dá conta de que as rédeas da situação estão em suas mãos e o consentimento é o desfecho para a satisfação do desejo carnal do macho que duela até o fim, sem demonstrar cansaço. O ritual segue aparentemente imprevisível, mas é inerente aos dois o desfecho dessa negociação implícita.
O rugido do rei dá lugar a respiração forte e o sorriso sem graça, a sobrevivência da espécie depende de uma iniciativa mais bem sucedida, não que ele queira reproduzir – isso está fora de seus planos derradeiros. O macho então se submete ao poder da fêmea, como o louva-deus que se deixa seduzir pela fêmea que ao final o devora.
Neste caso, de certo o macho não se importaria de ser devorado pela jovem fêmea faminta.
Outra aproximação , mais decidida, mais segura. O conteúdo nunca saberemos, mas de certo arrematou a fêmea que sorri o sorriso de Monalisa, misterioso, sedutor. Como se o tempo tivesse parado naquele instante um beijo é lançado e logo arrematado pela fêmea que saboreia a vitória no lábios de sua vítima.
Goooool, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo. A “porta da esperança” foi destrancada e está entreaberta, esperança de conduzir os beijos ao ápice do corpo-a-corpo, a fusão dos seres, a cumplicidade no seu estado mais sublime, ou apenas uma “trepadinha” casual visível na mão boba que insiste em apalpar o que os olhos já conhecem palmo a palmo...
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